CARACAL REVIEW | DISCLOSURE BRASIL
“Caracal” foi finalmente lançado, com grandes participações e um novo lado do Disclosure que poucos conheciam ou até desconfiavam existir. Comparando “Caracal” com os trabalhos do Disclosure lançados anteriormente, o álbum se destaca pela essência da mistura de diversos estilos.
“Settle” foi considerado pela crítica um álbum magnífico, que deu um novo significado ao som eletro do Reino Unido. O álbum, lançado em 2013, trás tudo o que UK tem de melhor, diversidade em seu estilo próprio. Temos cantores que até então não eram tão conhecidos no cenário mundial como Sam Smith, Jessie Ware, London Grammar, AlunaGeorge e outros; e neste álbum Disclosure consegue trazer cada um para sua festa, consegue encontrar Disclosure em todos. O rosto do Disclosure está em todas as faces, paredes e amantes de um bom som. “Settle” conta uma história, o álbum consegue ligar uma faixa a outra e fazer como se fosse um livro; com começo, meio e fim. Além de deixar um leve gosto de querer mais.
“Caracal” já não é um livro, é uma coletânea. Você não consegue ligar uma canção a outra, e muitas vezes quando ouve não acredita que foi o Disclosure que produziu.
“Caracal” não conta uma história, cada música é uma história. Mostra que também podemos acrescentar nosso estilo ao Disclosure, como a feminilidade da Nao e da Jillian Hervey (Lion Babe) em suas músicas, onde a presença feminina é muito forte.
Mostrar como podemos mesclar os estilos e formar algo novo como em “Magnets”, onde Lorde coloca toda sua imagem na canção, não da para ver distância entre Lorde e Disclosure, você sente apenas uma canção.
Usar toda inspiração do The Weeknd e criar algo que até Michael Jackson poderia cantar se estivesse vivo. Demonstra toda sua energia, uma energia contagiante que, com certeza, foi de bom grado ser a primeira canção do álbum.
Ter o estilo do soul e do jazz adaptado quando Gregory Porter, Jordan Rakei e Brendan Reilly cantam. Além de mostrar que tudo pode ter batida, que existem raízes e histórias nas músicas quando são entoadas.
“Caracal” pode até mostrar toda uma masculinidade, sem estereótipos, demonstrando que os homens também conseguem ter sentimentos, conseguem amar, sofrer por amor e viver de amor, retratados nas vozes de Kwabs e Miguel.
Depois de incansáveis participações com Sam Smith, eles conseguem juntos montar sons opostos e coisas novas, até parecem crianças brincando com Lego.
E para finalizar, eles mesmos, onde Howard consegue mostrar que o Disclosure consegue falar e cantar. “F For You” agora nos faz parecer um teste, se conseguem mesmo dar voz ao canto do Disclosure.“Molecules”, “Jaded”, “Afterthought” e “Echoes” estão ai para isto, mostrar que conseguem se manter sozinhos.
“Bang That” a faixa que foi praticamente excluída do “Caracal” pelo Disclosure, nos faz lembrar os sons experimentais antes de iniciarem sua carreira e é só mais uma parte que precisa ser trabalhada, tanto por eles, quanto pelo público; em não querer manter Disclosure em uma caixa onde fazem apenas um estilo.
Disclosure, agora pelo “Caracal”, está se comportando como uma entidade, onde tem sua personalidade, mas também consegue habitar em outros estilos e em outros tipos de vozes.
“Caracal” não nos convida para sua festa como em “Settle”, ele deixa com que todos façam a festa juntos e que coloquemos nossos rostos atrás da Disclosure Face.
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