Review: Billboard para o “Caracal”


Dias antes do lançamento oficial do “Caracal”, no dia 25, a Billboard liberou uma review do álbum, falando dos seus pontos positivos e as origens do duo, assim como o seu álbum debut “Settle”. A review teve um péssimo aceitamento pela parte dos fãs devido ao massacre contra o mais novo álbum do duo, além de algumas faixas serem mencionadas incorretamente e algumas nem mesmo mencionadas. Confira-a completa e traduzida:

Feita por: Michaelangelo Matos
Data: 18 de setembro de 2015
Nota: 3 estrelas/5 estrelas


Para os fãs de Pop, o álbum debut do duo dos jovens irmãos londrinos Disclosure, “Settle”, foi algo raro: Dance Music que além de avançado foi facilmente digestível. As afiadas habilidades de composição de Guy e Howard Lawrence elevaram claramente as estruturas do verso-refrão (o hit do top 10 dos EUA “Latch” que estreiou a triufante careira solo de Sam Smith) e tema-e-variação e sample de festas (o sermão pegativo de “When a Fire Stars to Burn”) para criar o melhor álbum Dance de 2013 -- um registro único que tanto os hipsters de Berlin como os que visitam festivais de neon-clad podem aceitar. 

Para o último grupo, o seu impacto foi ainda mais profundo. Settle foi uma verdadeira linha na areia, que ajudou a mover a nova geração de raves delírio longe do EDM bruto, com um som mais liso e batidas mais sutis. O fato de que a "Deep House" -- que durante décadas intimidou acordes do Jazz e ícones do R&B -- tornou-se um termo milenar que equivale essencialmente a vertente " not-shallow house" pode ser colocado, no entanto, sem querer, nos pés dos Lawrence. 

O segundo álbum do Disclosure, Caracal, em homenagem a uma espécie de gato selvagem africano, não deu errado, justamente -- é mais como um strikeout do que uma caminhada desenhada. Os Lawrence merecem todo o crédito por não terem medo de mudar de estilo. A maioria dos andamentos das faixas são mais lentas do que no Settle, uma desaceleração muito do momento, como os DJs maiores (e hits como o remix de “Cheerleader”, do OMI, feito pelo Felix Jaehn) que se movem em direção à neblina. um som mais relaxante conhecido como "Tropical House". Se ao menos essa confiança fosse pareada pelas canções atuais. Como vários artistas Dance antes deles, de Soul II Soul até Deee-Lite, o Disclosure mudou desde o seu debut pesadamente, sem parar um bom tempo para um acompanhamento mais relaxante designado para uma respeitabilidade além do mundo da EDM -- como se a Dance Music não fosse suficiente. As linhas de baixo deslizantes e as claras synths do Settle principalmente em meio a definhar a sonolência do Caracal. O reencontro de Smith em “Omen” galopa em um ritmo confortável mas nunca reunirá a tensão que fez “Latch” um indelével clássico dos dias modernos. É como grande parte do Caracal: construído impecavelmente e elegante, mas em grande parte desinteressante.

Como no Settle, uma série de cantores convidados aparecem, e condizente com o novo status do Disclosure muitos são da lista A: Miguel, The Weeknd, Lorde. Mas ao contrário de como Smith e Alunageorge (com “White Noise”) estouraram na estreia, os nomes maiores em Caracal oferecer variações leves em seu shtick habitual. Falsete do Weeknd é previsível e seu carisma inexistente na sonolenta “Nocturnal”, enquanto “Magnets” da Lorde é apenas levemente memorável: "Vamos abraçar o ponto sem retorno", diz o refrão, mas a música soa coberta, não negligente.

Ocasionalmente, as coisas ficam mais animadas. “Jaded” apresenta Howard cantando uma melodia insinuantemente equilibrada. “Superego”, que reúne vocais amanteigados da cantora e compositora de Londres, Nao, uma auto-aduladora em termos inequívocos ("Quando eu lhe dizer como isto é, você não irá gostar") sobre teclados abertos que deslocam-se ao invés de atacar. E “Holding On”, com o vocalista de Jazz Gregory Porter (a mais inesperada supresa no mundo dance de 2015, graças à um remix do Claptone de “Liquid Spirit”, um hit na pista de dança desta primavera), assim como “Echoes”, que revisita o fácil, efervescente estilo dos momentos mais atraentes do Settle. Porém os irmãos Lawrence aparentam desconfiar dos seus instintos, enterrando o seu segundo álbum perto do fim, logo antes de encerrar com a balada “Masterpiece”,fechando assim o álbum com uma canção de ninar. Caracal é o tipo de esforço que faz os fãs obstinados se convencerem de apreciá-lo, e depois nunca mais ouvi-lo novamente.


Traduzido por: João Paulo Silva e Leonam Alves.
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